quarta-feira, 23 de agosto de 2017

AFROCONVENIÊNCIA



O que é afroconveniencia?





É uma pessoa que se declara negra por uma conveniência situacional.

Essa pessoa não é negra pelo critério da aparência e muito menos por uma questão de identidade, apenas se declara negra para obter alguns “benefícios”.

Falamos sobre identidade racial.

O termo “afrodescendente”:

Este termo surgiu a partir da conferencia de Durban, da ONU.

A palavra afrodescendente substitui o termo “negro”.

A palavra “negro”, nos remete à escravidão, pois assim se referiam aos escravos traficados, sequestrados e escravizados na diáspora. Enquanto o termo afrodescendente se aplica aos seus descendentes.

A unificação do termo contribui para que cesse qualquer discriminação a respeito do tom de pele.

Uma vez que, o Brasil é um país miscigenado, onde é comum haver mistura de raças e a utilização do termo materializa a questão racial focada no critério da aparência.

Por exemplo, uma criança, filho de uma negra com um branco, que nasça com a pele um pouco mais clara e com traços europeus, é afrodescendente. Evitando deste modo, nomenclaturas como “moreninho”, “pretinho”…por aí vai.



Processo de Construção da Identidade:

O processo de construção da identidade racial é árduo. A conscientização racial é o primeiro passo para conquistas de cunho material, social e econômico.

É simples, uma vez que a pessoa toma consciência de quem é e da sua história a luta se torna menos difícil.

O contexto histórico em que o negro se insere no Brasil, faz com que seus descendentes tragam consigo uma série de questionamentos, comportamentos em busca de sua afirmação social.

Até pouco tempo atrás não quase não era comum negros em universidades públicas, nas mídias sociais, meios de comunicação, concursos públicos etc…

Todo esse processo de conscientização, gerou o fenômeno do empoderamento racial , que procura debater a sua afirmação e identidade.

Ações Afirmativas:

O resultado disso foram algumas ações afirmativas que fizeram com que o afro descente se alocasse em sociedade.

Estas ações oportunizaram o afrodescendente para que de alguma forma pudesse corrigir a igualdade histórica e social existente no país.

Por isso essas ações são tão importantes, pois concedem igualdade de condições.

A mais famosa são as cotas raciais

*Entenda melhor.


Os afroconvenientes:

Vivemos em um país miscigenado, isto é fato.

Por essa mistura de raças não é raro encontrar pessoas que dizem:

-Nasci branquinha assim, mas a família do meu pai é toda negra!

-Eu sou branco mas minha avó era negra!

Entenda:

Ter cabelo cacheado não te faz negro.





Ter avós, bisavós negros, não te faz negro. Assim como ter antepassados brancos não embranquece um afrodescendente
.
imagem do filme “preto ou branco”, em que o personagem do avô, vivido por Kevin Costner, luta pela guarda da neta.

Se relacionar com negros , não te faz negro 

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Sabe por quê?

Simplesmente porque a sociedade não lê você desta forma. Independentemente de seus antepassados.

Você não sofreu o processo de construção de identidade, não passou por situações constrangedoras em razão da cor da pele, não sofreu com piadas racistas pelo cabelo, nariz, boca etc.

Se sempre foi visto como branco, você é branco.

Exatamente por isso que o critério é o da aparência. Por se tratar da forma que a sociedade enxerga aquele individuo, que irá dizer se ele será incluído ou inserido nela.

*O problema:

Nos últimos anos, as pessoas que se declaram negras para fazer jus ao sistema de cotas só tem aumentado.

A fiscalização é precária.

Sabemos também que o povo brasileiro gosta de se beneficiar do “jeitinho” e se aproveita das “brechas” do sistema.

Em um sistema de exclusão em função da cor, talvez seja difícil para a sociedade aceitar ao menos uma oportunidade em função dela.

Pela primeira vez a cor inclui, não exclui pessoas.

E os afroconvenientes acostumados com os privilégios, não querem ficar de fora.

Texto de  Nadia Marinho
http://www.semovente.com.br/2016/10/afroconveniencia/
LEIA TBM SOBRE COLORISMO https://gente-preta.blogspot.com.br/2016/08/colorismo-o-que-e-como-funciona.html

terça-feira, 1 de agosto de 2017

As guerreiras africanas do Daomé

Dahomey's Amazons. Pintura sobre foto do século 19

África não é só famosa por sua rainhas, mas também para suas guerreiras. Desde o Egito antigo, passando pela Núbia, Nigéria, Congo, Gana, Guiné Bissau, África do Sul e Benin. O continente tem uma história de luta das mulheres que eram combatentes assim como os homens.
As guerreiras do Daomé, também conhecidas como as guerreiras Mino, são um exemplo disso.  Foram soldados valentes e disciplinadas. A crueldade em sua forma de lutar as colocava a frente no campo de batalha contra os colonos brancos europeus. Este exército de mulheres foi criado no início do século XVII, e por quase 200 anos dominou e prevaleceu invicto. As Amazonas do Daomé são um dos poucos exércitos de mulheres documentado da história moderna.
O único propósito destas guerreiras era a guerra. Elas eram educadas e treinadas para a luta. Não podiam ter filhos ou se casar e suas habilidades físicas vieram para superar os guerreiros homens . Rifles Winchesterque obtidos da venda de escravos, facas, lanças, arcos e flechas eram as suas armas. Após as batalhas, bebiam o sangue de seus inimigos e , em seguida, expunham suas cabeças como um troféu de guerra .
Algumas fontes indicam que o número de guerreiras Mino chegou a quatro mil e outros dizem que elas chegaram a casa de seis mil mulheres guerreiras . Durante dois séculos, essas tropas foram poderosas na África Ocidental até que desapareceu em 15 de janeiro de 1894. O reino do Daomé perdeu a batalha contra a França e tornou-se uma colônia, agora Benin.