quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
O EMBRANQUECIMENTO E A ELITIZAÇÃO DA MULHER DA MULHER NEGRA NA MÚSICA.
O conceito do embranquecimento surgiu logo após o fim da escravidão do Brasil, onde os negros que foram escravizados foram levados aos cais para serem devolvidos para a África e podemos dizer que essa tentativa foi um fracasso. A elite nacional teve a brilhante ideia de branquear o Brasil trazendo imigrantes europeus unindo o útil ao agradável, pois além de suprir a carência de mão-de-obra que pairava no pais, eles iam conseguir esconder e clarear todo o os resquícios de escravidão que ainda assolava no Brasil. Ou seja, essa jogada foi claramente influenciada por racismo.
E esse embranquecimento virou uma via de mão dupla. De um lado, nós temos o embranquecimento em que pessoas negras são desde cedo influenciadas a miscigenar sua família se relacionando com negros mais claros ou com pessoas brancas, porque segundo terceiros: “Você tem que clarear a sua família.”. E de outro lado, nós temos o embranquecimento que pessoas negras sofrem ao longo da vida.
Vocês já notaram que a maioria dos artistas negros são embranquecidos? Beyoncé, Mariah Carey e Nicki Minaj são exemplo nítido disso, mas vamos focar em algo mais próximo da nossa realidade. Que tal falarmos de Anitta, Valesca Popozuda e Ludmilla? Sim, as três são negras. E as três foram embranquecidas e elitizadas para terem suas carreiras alavancadas. Calma, eu vou explicar isso direitinho, mas primeiro vamos fazer uma linha do tempo dessas três artistas.
Como vocês podem notar as três são mulheres negras e isso fica extremamente evidente na época de ambas estão em anonimato, ou seja, antes da fama. As três começaram como funkeiras, onde faziam pequenos shows em pequenos locais nas favelas do Rio de Janeiro e aos poucos elas foram ficando famosas na favela e começaram a gravar vídeos para suas músicas em carreira solo ou em grupo (Valesca era vocalista do grupo Gaiola das Popozudas). Anitta e Ludmilla começaram a trocar seus nomes artísticos, porque houve uma ascensão nas suas carreiras e era necessário que elas tivessem seus nomes desligados ao funk. Ambas retiraram o MC dos seus nomes e houve uma repaginada no seu visual. Começaram a colocar apliques, lentes de contato, alisar seus cabelos, platinar, fazerem cirurgias plásticas para diminuir aqui e aumentar ali e houve uma mudança radical no seu repertório. O mesmo aconteceu inicialmente com Valesca Popozuda, porém ela fez todo esse investimento em sua aparência, mas continuou cantando o funk proibidão e tendo seu corpo hipersexualizado. Entretanto, após alguns anos, Valesca abandonou o grupo e teve sua imagem totalmente recriada, higienizada e surge uma Valesca com menos palavrões em suas letras e mais letras com refrãos chicletes e pop.
Bem, vocês deves estar pensando que isso é algo natural e normal para qualquer artista ou que um artista precisa sempre se reinventar para alcançar um público maior, mas vocês já pararam pra analisar que todo artista negra, eu disse TODO ARTISTA NEGRO precisa sempre ser higienizado para obter aceitação do seu público? Vocês já notaram que o funk e seus artistas são marginalizados a um ponto que para que sua arte seja aceita e digerida pela elite brasileira, eles precisam ser totalmente higienizados, precisam esconder qualquer traço negroide presente em si mesmo e são embranquecidos ao máximo para agradar e ter atenção da mídia?
(Divulgação: Fotos da cantora Anitta na infância)
Anitta foi a primeira das três a ter toda essa notoriedade e atenção da mídia e foi óbvio que ao ver toda essa ascensão Valesca e Ludmila decidiram seguir a mesma receita do sucesso da Anitta. Até um certo tempo, Ludmilla se assemelhava muito as meninas do bonde das maravilhas, mas para que fosse aceita e respeitada por todos, ela foi influenciada por toda sua equipe e investidores a se embranquecer. Afinal, quem vai respeitar uma negra que não tem papas na língua pra contar sua realidade?
(Divulgação: Cantora Anitta antes e depois)
(Divulgação: Cantora Ludmilla antes e depois)
O funk por ser um estilo música que até alguns anos era predominante dominado por pessoas negras e de origem periférica sempre foi demonizado e marginalizado pela sociedade brasileira. Considerado por muitos como algo sem cultura e que só serve pra sexualizar o corpo feminino, o funk sempre foi visto como algo sujo e que jamais deveria ser levado a sério por todos e caso algum funkeiro conseguisse fazer sucesso, ele ia precisar seguir alguns padrões estabelecidos para ser aceito. O funk se tornou algo extremamente lucrativo e rapidamente pessoas brancas se apropriaram do funk e surgiu aí o funk ostentação.
Muitas funkeiras sofrem racismo e machismo da sociedade. Por exemplo, o quadradinho, o rebolado e as letras da Anitta são aceitas nos programas de TV, mas até um tempo atrás, Valesca Popozuda não era aceita. Valesca é famosa por não ter papas na língua, letras repletas de palavrões em que retreta ser uma mulher que não é submissa ao homem e lida muito bem com o sexo. E é isso que a sociedade machista tem medo: Uma mulher empoderada.
A sociedade não dá a mínima se homens escrevem músicas rebaixando, sexualizando e expondo mulheres. Afinal, esse machismo está enraizado na nossa cultura. Entretanto, se aparecer uma mulher que faz letras falando sobre sexo e mostrando não ser submissa, ela precisa ser repudiada socialmente e ignorada por todos. Afinal, a mulher não pode ser a consumidora, ela é o objeto de consumo.
Como já foi dito anteriormente, se uma mulher expressa sua sexualidade de forma direta, ela é tratada como vadia, puta, vagabunda e não merece ser respeitada. Convém lembrar, que a mulher negra já carrega o estereótipo de objeto consumível e descartável. E a mulher branca mesmo sendo sexualizada pela sociedade, ela tem um valor maior e mais duradouro que o da mulher negra. É assim que funciona: As mulheres são tratadas como mercadorias e ainda há um catalogo para valorizar umas mais outras.
É lógico que para que mulheres negras sejam aceitas e abraçadas pelo seu público e pela mídia, elas terão que submeter a receita do sucesso: uma pele mais clara, um cabelo mais liso, um nariz mais fino e ter sua sexualidade moderada ou restrita. Engana-se quem pensa que não existe racismo no Brasil ou que racismo é apenas te chamar de macaco. O racismo atua de forma sorrateira e silenciosa, ele está impregnado nos detalhes. E aos poucos, nós somos envenenados e usados por esse sistema que tenta de todas as formas nos apagar e excluir da história.
Nós resistimos e existimos ao racismo, porque nós não queremos fazer parte da história. Nós somos a história.
via turbantei
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
Dica cabelo : Low Poo !!
Mas o que é Low Poo?
Motivos: o sulfato realiza uma limpeza profunda e de tão profunda, resseca e remove a oleosidade natural dos fios. Já os petrolatos dão uma aparência saudável e brilhosa, quando na verdade apenas criam uma camada de química que com o tempo impede que hidratações penetrem no fio.
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
100 livros infantis com meninas negras
Este é um projeto do blog A mãe preta que busca trazer visibilidade para as meninas negras na literatura infantil.
LISTA COMPLETA >> https://100meninasnegras.tumblr.com/
10 Livros infantis para Trabalhar Questões Raciais na Escola
Com o intuito de fortalecer o debate sobre alguns temas que constituem verdadeiros dilemas para professores, mães e pais diante das discriminações e intolerância, tal como falta de informação sobre as questões raciais, elaboramos esta lista com 10 sugestões de livros infanto-juvenis.
Podem ser compartilhados tanto na educação infantil e no ensino fundamental, e é claro, em casa, por que ainda acreditamos que é lá o berço da educação.
10 – Todas as cores do negro. Texto e ilustrações de Arlene Holanda. Brasília/DF: Conhecimento, 2008.
Aborda em linguagem de prosa poética o universo da cultura e herança dos povos africanos no Brasil. Passeia pelo processo histórico da escravidão, com foco na resistência e se demora no período pós-abolição: as condições de abandono a que foram submetidos os negros, as estratégias de sobrevivência, o preconceito, a segregação social.
9 – A Cor da vida. Texto de Semíramis Paterno. Belo Horizonte/MG: Editora Lê, 2008.
É um livro ilustrativo que trabalha a diferença ao contar a história de duas crianças que se conhecem e ficam amigos quando passeiam com suas mães. Elas se olham e brincam, se distanciando do local onde estavam. Quando as mães percebem o desaparecimento dos filhos, ficam enraivecidas e saem correndo em busca dos dois. Mas, uma surpresa as aguarda. Por meio de um jogo poético com as cores, duas crianças mostram para suas mães que a luta pela igualdade não significa apagar as diferenças.
8 – Obax. Texto e ilustrações de André Neves. Rio de Janeiro/RJ: Brinque-Book, 2010.
Quando o sol acorda nos céu das savanas, uma luz fina se espalha sobre a vegetação escura e rasteira. O dia aquece e é hora de descobrir muitas aventuras. OBAX percorre a savana africana com a sua imaginação. Ela conhece girafas e outros animais selvagens, mas o seu passatempo preferido é contar histórias! Algumas delas são tão incríveis que mais parecem um sonho. As ilustrações são excepcionais e o texto nos proporciona um passeio pela diversidade e pluralidade do continente africano.
7 – O livro das origens. Texto de José Arrabal e ilustrações de Andréa Vilela. São Paulo: Paulinas, Coleção Mito & magia.
Neste livro o autor apresenta uma série de mitos de algumas regiões do Brasil, África e México sobre origens. Permite-nos ver como o amazonense e o paraense, como o africano da África do Sul e de Uganda e, por fim, como os Astecas veem a vida. São várias culturas pensando o mundo de forma muito diversa.
6 – Bruna e a galinha d’Angola. Texto de Gercilga de Almeida e ilustração de Valéria Saraiva. Rio de Janeiro/RJ: Pallas, 2011.
A obra retrata o universo mítico africano representado pela Galinha d´Angola e sua relação com a criação do universo.
5 – A História do Rei Galanga. Texto de Geranilde Costa e ilustrações de Claudia Sales. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2011.
O livro trata da História do Rei Galanga, conhecido como Chico Rei, um rei africano que teve seu reinado invadido pelos portugueses e fora trazido com sua família e outras pessoas de seu grupo para o Brasil na condição de escravos. Além de contar a história do rei Galanga, o livro traz como objetivos o interesse de desmistificar a idéia da África como um continente sem história anterior à invasão portuguesa e a oportunidade de apresentar, por meio da existência dos Orixás junto ao Candomblé e a Umbanda, alguns princípios da cosmovisão africana, sendo portanto estes o grande diferencial do livro e seu caráter inédito com relação as demais publicações sobre Chico Rei.
4 – Ifá, o Adivinho. Texto de Reginaldo Prandi e ilustrações de Pedro Rafael. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2002.
O livro nos apresenta um rico conjunto de personagens, costumes e modos de agir do universo cultural africano que se tornou parte constitutiva da diversidade cultural brasileira. Conta a história de um adivinho chamado Ifá que jogava seus búzios mágicos e desvendava o destino das pessoas que o consultavam. Ele as ajudava a resolver todo tipo de problema, mas o que mais gostava de fazer era auxiliá-las a se defender da Morte. Um dia, a Morte, irritada com a intromissão de Ifá em seus negócios, decidiu acabar com ele. Ifá foi salvo da Morte pela intervenção de uma corajosa donzela chamada Euá, e pôde continuar seu trabalho de ler a sorte, predizer o futuro e proteger as pessoas da Morte.
3 – Minha mãe é negra sim! Texto de Patrícia Santana e ilustrações de Hyvanildo Leite. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2008
O livro “Minha mãe é negra sim!”, da autora Patrícia Santana, conta a história do menino Eno, que se vê às voltas com o racismo na escola e sofre com o dilema de ter que retratar sua mãe negra, em uma atividade escolar. O garoto Eno é levado a se perguntar pela sua origem. Negro, ele percebe o preconceito da professora que sugere que Eno pinte o desenho da mãe, negra, de amarelo por ser uma cor mais bonita. Não pode haver tristeza maior para o seu coração. A mãe, que ele tanto amava e era tão linda! E a professora era professora, afinal tão difícil era contestá-la. Mesmo triste Eno procura saber no dicionário uma explicação para o preconceito. O dicionário não ajudou e ele seguia triste até que o avô tem uma conversa decisiva com ele. E mais do que conversa, aconchegou-o com todo amor.
2 – Cada um com seu jeito, cada jeito é de um! Texto de Lucimar Rosa Dias e ilustrações de Sandra Beatriz Lavandeira. Editora Alvorada, 2012.
O livro infantil conta a história de Luanda, uma menina negra muito sapeca e vaidosa, que adora o seu cabelo crespo onde envolve tod@s da família nos diversos penteados que inventa para desfilar sempre linda na escola. Foi seu pai quem escolheu esse nome para ela por acreditar que ela seria tão linda quanto à cidade africana que ele conheceu quando era jovem. A leitura promove o reconhecimento e a valorização das diferenças e das características pessoais que fazem de cada indivíduo um ser único e que deve se amar do jeitinho que é.
1 – Menina bonita do laço de fita. Texto de Ana Maria Machado e Ilustraçõeso de Claudius. 7. ed. São Paulo: Ática, 2005.
Traz uma linda história de valorização da beleza negra, onde um coelho branquinho queria casar-se e ter uma filha “bem pretinha”. Durante a obra, o coelho tenta descobrir o segredo para conquistar o seu tão sonhado desejo, é um livro incrível, de uma sensibilidade sem igual.
Por: Redação (Nos2)
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Bebês negros eram usados como iscas para caçar jacarés nos EUA
Durante a escravidão e até meados do século vinte, bebés negros foram usados como isca de jacaré no Norte e Centro da Florida nos Estados Unidos de América.
Os caçadores de jacarés roubavam os filhos quando as mães, muitas delas escravas estavam ocupadas com seus afazeres diários. Algumas seriam crianças de um ano de vida ou menos. Outras crianças eram roubadas à noite mediante ataques brutais contra seus pais, de seguida amarravam uma corda em volta do pescoço e ao redor de seu torso junto de uma árvore no pântano ou eixavam-nas em gaiolas como se fossem galinhas.
Como as crianças choravam e gritavam os jacarés apareciam rápido para devora-las, em questões de minutos os jacarés estavam sobre elas. O caçador que se mantinha distante não dava conta da presença do jacaré, já que a caça era realizada a noite, então somente quando o animal atacava a criança e tentava arrasta-la no pântano para devorar ou quando começava a come-la viva é que os caçadores conseguiam se aperceber da presença do mesmo através dos movimentos e esticar da corda. Somente nesta altura que eles partiam em direção ao bebe e matavam o animal.
Quem quiser saber mais sobre o assunto só visitar os links abaixo:
http://www.authentichistory.com/diversity/african/3-coon/7-alligator/
http://www.urbandictionary.com/define.php?term=Alligator+Bait
http://www.authentichistory.com/diversity/african/3-coon/7-alligator/
Os caçadores de jacarés roubavam os filhos quando as mães, muitas delas escravas estavam ocupadas com seus afazeres diários. Algumas seriam crianças de um ano de vida ou menos. Outras crianças eram roubadas à noite mediante ataques brutais contra seus pais, de seguida amarravam uma corda em volta do pescoço e ao redor de seu torso junto de uma árvore no pântano ou eixavam-nas em gaiolas como se fossem galinhas.
Como as crianças choravam e gritavam os jacarés apareciam rápido para devora-las, em questões de minutos os jacarés estavam sobre elas. O caçador que se mantinha distante não dava conta da presença do jacaré, já que a caça era realizada a noite, então somente quando o animal atacava a criança e tentava arrasta-la no pântano para devorar ou quando começava a come-la viva é que os caçadores conseguiam se aperceber da presença do mesmo através dos movimentos e esticar da corda. Somente nesta altura que eles partiam em direção ao bebe e matavam o animal.
Bebês negros eram usados como iscas para caçar jacarés
A revista Time, em 1923, relatou que os caçadores da cidade de Chipley, Flórida, praticavam tais atos, mas a cidade negou-o como “uma mentira boba, falsa e absurda.”
A prática tem sido documentada em pelo menos em três filmes: “Alligator Bait” (1900) e “O ‘Gator eo pickaninny” (1900). E a história de dois meninos negros que serviam de isca de jacaré foi contada em “Fúria Untamed” (1947).
Na verdade, o termo “isca de jacaré” era comum em todo o Sul dos estados unidos, pelo menos, da década de 1860 até ao ano de 1960 foi um insulto racial e uma ameaça que os brancos usavam para “domesticar” as crianças negras resilientes.
Mas na década de 1940 no Harlem, em New York “, isca de jacaré” aplicada aos negros de qualquer idade – particularmente aqueles que eram da Flórida.
Finalmente, em termos de iconografia, a partir de, pelo menos, a década de 1890 até os anos 1960, as crianças negras eram frequentemente retratado como isca de jacaré nos brinquedos para as crianças brancas, saboneteiras, escovas de dentes, cinzeiros e, especialmente, em cartões postais enviados através do correio dos EUA.
Whites Used Black Babies as Alligator Bait
A revista Time, em 1923, relatou que os caçadores da cidade de Chipley, Flórida, praticavam tais atos, mas a cidade negou-o como “uma mentira boba, falsa e absurda.”
A prática tem sido documentada em pelo menos em três filmes: “Alligator Bait” (1900) e “O ‘Gator eo pickaninny” (1900). E a história de dois meninos negros que serviam de isca de jacaré foi contada em “Fúria Untamed” (1947).
Na verdade, o termo “isca de jacaré” era comum em todo o Sul dos estados unidos, pelo menos, da década de 1860 até ao ano de 1960 foi um insulto racial e uma ameaça que os brancos usavam para “domesticar” as crianças negras resilientes.
Mas na década de 1940 no Harlem, em New York “, isca de jacaré” aplicada aos negros de qualquer idade – particularmente aqueles que eram da Flórida.
Finalmente, em termos de iconografia, a partir de, pelo menos, a década de 1890 até os anos 1960, as crianças negras eram frequentemente retratado como isca de jacaré nos brinquedos para as crianças brancas, saboneteiras, escovas de dentes, cinzeiros e, especialmente, em cartões postais enviados através do correio dos EUA.
Whites Used Black Babies as Alligator Bait
Quem quiser saber mais sobre o assunto só visitar os links abaixo:
http://www.authentichistory.com/diversity/african/3-coon/7-alligator/
http://www.urbandictionary.com/define.php?term=Alligator+Bait
http://www.authentichistory.com/diversity/african/3-coon/7-alligator/
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
Tiana - A Princesa e o Sapo e suas reproduções dos estereótipos dos negros
Resumo: O presente artigo pretende tratar sobre os repetitivos estereótipos em relação aos negros, presentes na animação da Disney A Princesa e o Sapo (Ron Clements e John Musker, 2009).
Em 2009, a Disney lançou a animação “A Princesa e o Sapo” onde teria pela primeira vez uma princesa negra — pelo menos era o que se apostava na publicidade no filme. Mas o que aparece é uma rã como princesa, pois nos primeiros 30 minutos de filme ambos os mocinhos se animalizam, virando sapos, e só retornam a forma humana faltando 3 minutos para o final (e outros companheiros da jornada deles serão estereótipos negros, como explicarei aqui mais adiante).
O filme traz um conto de origem alemã dos irmãos Grimm, mas é fato que colorir um desenho de negro não basta para trazer a representatividade negra. Amailton Magno Azevedo e Sheila Alice Gomes da Silva propõem um questionamento importante para nossa análise no texto “Era Uma Vez…”: O Negro No Imaginário Encantado:
Príncipe Naveen e Tiana como sapos
“Como uma animação baseada num conto de origem alemã pode trazer ao público o universo de permanências e rupturas da Diáspora africana, especificamente, na América do norte? “ (AZEVEDO e SILVA, 2014)
A animação não explicita em momento algum as questões raciais: em apenas um trecho tem uma conotação de racismo por parte de dois personagens brancos, mas ainda assim é colocado como uma questão de classe social, que é quando a imobiliária não vai concretizar a venda do imóvel para Tiana, como se fosse por ela não ser experiente ou por ter outro interessado que cobriu a oferta, duas desculpas dadas, mas que não deixa óbvio ao expectador que a realidade é porque ela é negra.
A dicotomia aparente entre os personagens mocinhos e vilões vai para além das características psíquicas. No traço estético do desenho, é discrepante a diferença entre os personagens de origem afro. No mesmo texto citado acima, os autores evidenciam esse assunto de forma bem explicativa: “Tiana tem a pele negra, mas apresenta um fenótipo distante dos traços negroides comuns a população afrodescendente.” (AZEVEDO e SILVA, 2014).
Tiana
Tiana tem como chefe Buford, um cozinheiro que é negro, gordo, com um fenótipo com traços negróides, lábios avantajados, nariz largo, que explora o trabalho dela, a tratando mal, um apostador de corridas de cavalos que tem aparência desleixada, denotando uma desconfiança ao personagem. Nesta cena do restaurante aparecem amigos negros de Tiana que a convidam para sair, mas ela não sabe dançar, tem que trabalhar — esses amigos não serão convidados para o casamento da princesa, no restaurante dos sonhos da personagem podem entrar pessoas de todas as classes, mas no casamento só os brancos.
Ainda sobre Tiana, vale ressaltar que representa alguns esteriótipos citados no livro O negro brasileiro e o cinema de João Carlos Rodrigues, como o “negro de alma branca”, que “representa o negro que recebeu uma boa educação e através dela foi (ou quer ser) integrado na sociedade dominante” (RODRIGUES, 2011, p. 26), a “cozinheira de mão cheia” ou “Preta velha” (como a Tia Anastácia, do O Sitio do Pica-Pau Amarelo), que “tem qualidades e defeitos: se por um lado é simpática e bondosa, por outro continua basicamente ignorante e supersticiosa” (ibid., p. 24), e a “musa”, aquela que “não apela para o erotismo vulgar” mas, pelo contrário, “é pudica e respeitável” (ibid., p. 24).
O príncipe Naveen, da Maldônia, é outro que carrega a caricatura do malandro, como aborda o texto de Azevedo e Silva:
“(…)o príncipe Naveen, da Maldônia, que chega a cidade procurando um casamento com uma garota rica, a fim de sair da falência financeira que se encontra. É apresentado, diferentemente de todos os outros príncipes conhecidos dos contos de fadas produzidos pela Disney, com características mais próximas dos vilões, como: malandro, ganancioso, mulherengo e aproveitador. (…) Ele é negro, e numa inversão de valores, nunca antes pontuada em animações, tem o mordomo branco. Apesar de todas as cenas mostrarem relações raciais, entre negros e brancos, tranquilas e boa convivência, Naveen, negro, maltrata de maneira sarcástica o seu mordomo, branco. E assim como Tiana, tem suas características fenotípicas distanciadas dos traços negroides.“ (AZEVEDO e SILVA, 2014)
Naveen
No primeiro número musical da animação, “Lá em Nova Orleans,” há uma apresentação dos personagens e da cidade através do ponto de vista do príncipe que ainda não apareceu. Enquanto canta Tiana está correndo para o seu segundo emprego, servindo graciosamente as mesas, trabalhando, reforçando a subserviência do negro na sociedade.
Lá em Nova Orleans
Este número traz características de intensidade (o príncipe está feliz por estar na terra do jazz), energia (Tiana faz suas deliciosas tostadas) e abundância (quando o príncipe dança com o menino que vende jornal). Também há uma “glamourização” da pobreza, deturpação da imagem dos praticantes de vodu, religião afro-centrada:
O núcleo da maldade e/ou do vilão é composto pelo Dr. Facilier (denominado feiticeiro) ou Homem Sombra, praticante de Vodum, tradição religiosa teísta-animista baseada nos ancestrais, tem suas raízes primarias nas sociedades Ewe-Fon da África Ocidental (Benin). Apresentado com um caráter negativo, invejoso e ganancioso, tem sua primeira aparição na animação costurada a uma música que nos traz um olhar restrito e universalista sobre suas praticas de Vodum, como: “Tem magia boa e má”, trazendo na palavra má um close ao personagem, quando o mesmo jogava cartas para um senhor branco na cidade. Outra parte da musica, é: “Consiga o que quer e depois perca tudo…” classificando o Vodum uma prática mentirosa e enganadora. Numa outra cena Facilier promete almas aflitas as divindades do Vodum, sugestionando uma demonização da prática. Tiana (protagonista) refere-se ao Vodum como: “magia negra” numa conotação negativa. O filme, de modo geral, representa o Vodum sob as lentes disciplinares da ideologia hegemônica eurocêntrica que segundo Shohat e Stam (2006) traz a Europa numa perspectiva central no mundo do conhecimento, da cultura, entre outros.(AZEVEDO e SILVA, 2014)
Nos filmes que têm princesas da Disney somente duas encaram os serviços domésticos sorrindo e cantando com alegria: Tiana, de 2009, e Branca de Neve, de 1937 — padrão de mulher boa, recatada e do lar sendo reproduzido ainda hoje, ou reprodução da subserviência do negro?
No primeiro número musical da animação, “Lá em Nova Orleans,” há uma apresentação dos personagens e da cidade através do ponto de vista do príncipe que ainda não apareceu. Enquanto canta Tiana está correndo para o seu segundo emprego, servindo graciosamente as mesas, trabalhando, reforçando a subserviência do negro na sociedade.
Lá em Nova Orleans
Este número traz características de intensidade (o príncipe está feliz por estar na terra do jazz), energia (Tiana faz suas deliciosas tostadas) e abundância (quando o príncipe dança com o menino que vende jornal). Também há uma “glamourização” da pobreza, deturpação da imagem dos praticantes de vodu, religião afro-centrada:
O núcleo da maldade e/ou do vilão é composto pelo Dr. Facilier (denominado feiticeiro) ou Homem Sombra, praticante de Vodum, tradição religiosa teísta-animista baseada nos ancestrais, tem suas raízes primarias nas sociedades Ewe-Fon da África Ocidental (Benin). Apresentado com um caráter negativo, invejoso e ganancioso, tem sua primeira aparição na animação costurada a uma música que nos traz um olhar restrito e universalista sobre suas praticas de Vodum, como: “Tem magia boa e má”, trazendo na palavra má um close ao personagem, quando o mesmo jogava cartas para um senhor branco na cidade. Outra parte da musica, é: “Consiga o que quer e depois perca tudo…” classificando o Vodum uma prática mentirosa e enganadora. Numa outra cena Facilier promete almas aflitas as divindades do Vodum, sugestionando uma demonização da prática. Tiana (protagonista) refere-se ao Vodum como: “magia negra” numa conotação negativa. O filme, de modo geral, representa o Vodum sob as lentes disciplinares da ideologia hegemônica eurocêntrica que segundo Shohat e Stam (2006) traz a Europa numa perspectiva central no mundo do conhecimento, da cultura, entre outros.(AZEVEDO e SILVA, 2014)
Nos filmes que têm princesas da Disney somente duas encaram os serviços domésticos sorrindo e cantando com alegria: Tiana, de 2009, e Branca de Neve, de 1937 — padrão de mulher boa, recatada e do lar sendo reproduzido ainda hoje, ou reprodução da subserviência do negro?
“Estou quase lá”
O segundo número musical desta animação, “Estou quase lá”, explora o conceito da meritocracia, reafirma a necessidade de excelência que o negro deve atingir para conseguir ser aceito na sociedade. Sabendo-se que a maior parcela da população de Nova Orleans nos EUA é negra, como informa a jornalista Renata Saldanha em matéria para a Folha em 2015:
A população de Nova Orleans ainda é majoritariamente negra, mas os negros caíram de 67% dos habitantes, antes do Katrina, para 60% hoje. A renda das famílias negras é metade da renda das famílias brancas, e a classe média e alta negra da cidade encolheu. (SALDANHA, 2015)
A protagonista afirma na canção que a cidade faz as pessoas se “acomodarem”, como se negros fossem acomodados, preguiçosos, reproduzindo e deixando subentendido uma construção cultural racista, que vem desde o período da escravatura, até os dias de hoje. Outras problemáticas desse número são colocadas muito bem por Azevedo e Silva neste fragmento do texto:
“Quando Tiana finalmente consegue todo o dinheiro para dar entrada na compra do galpão que almeja, tem seu primeiro momento musical na animação, que será a materializado numa idealização do seu sucesso a frente do restaurante. Nesse sonho ela está usando um vestido de branco, modelo dos anos 20, com seus cabelos lisos num corte chanel; o que nos permite associar sucesso a embranquecimento. As roupas mudam, os traços mudam, quanto mais próximo do sucesso mais próxima da branquitude ela será apresentada pela animação, numa reafirmação dos valores eurocêntricos.” (AZEVEDO e SILVA, 2014)
O terceiro ato musical do filme, “Tenho amigos lá do outro lado”, continua afirmando uma visão deturpada do vodu: o Homem Sombra, que foi citado acima, está convencendo o servo e o príncipe a fazerem um acordo com ele com transparência, pois tem a audiência dos outros dois personagens, e energia, pois está extremamente exaltado por conseguir firmar o acordo.
O próximo número musical é “Quando formos humanos”, logo após os sapos conhecerem e convencerem um crocodilo, chamado Louis, a mostrar o caminho até Mama Odie (outro personagem que vamos falar mais para frente). Esse crocodilo quer ser humano para tocar jazz, outro típico estereótipo negro mencionado no livro de Rodrigues, o “crioulo doido”:
Louis
“Na Commedia dell’Arte, o Arlequim é um personagem endiabrado, que faz trapalhadas e confusões. Uma espécie de perverso polimorfo, princípio freudiano da sensualidade infantil sem direção. É parente do bobo da corte, que podia dizer impunemente aos reis e imperadores, de um modo gozado, as verdades interditas aos outros súditos. No picadeiro dos circos, transformou-se no palhaço colorido ou Excêntrico, de nariz vermelho e sapatos descomunais (em oposição ao palhaço branco ou Clown, aristocrático de chapéu de cone, originário do Pierrô). Nos vaudevilles, essas funções histriônicas foram transferidas para os criados. Para que no Brasil esse arquétipo fosse desempenhado por negros, foi apenas um pulo.” (RODRIGUES, 2011, p.42)
Quando formos humanos
Geralmente o crioulo doido tem uma dupla, que vai ser apresentado na cena seguinte: Ray é um vagalume apaixonado por uma estrela, outro crioulo doido, que vem com outro número de musical, “Vamos levar vocês”, ambos trazem características de comunidade onde todos cantam e se divertem. Transparência e abundância também estão presentes nestes números que são um dos poucos que vão exaltar a filosofia africana de equidade Ubuntu!: “Juntos somos mais fortes, juntos chegaremos lá, em harmonia”. Esse grupo segue ao encontro de uma solução para o problema deles, e Ray é o guia deles até Mama Odie.
Vamos levar vocês
Mama Odie
Mama Odie é uma feiticeira que vai ajudar os personagens a quebrar o feitiço e fazer o Louis realizar seu sonho de tocar com os humanos. É a típica “preta velha”, já explicitada acima, que vai tentar através de outro número musical de dança, “Cavando mais fundo”, explicar aos personagens para não darem importância às coisas materiais e sim acreditarem neles mesmos. Número de comunidade, tem transparência (apesar dos personagens sapos e o crocodilo não entenderem a mensagem), tem intensidade e energia,e todos participam falando a verdade, é um número berkeleyano (e/ou berkeleyesco, referência a Busby Berkeley) que tem planos zenitais que formam padrões, num número que exalta a filosofia africana.
Cavando mais fundo
No final tem outro número que é a mesma música do início cantada pelo ponto de vista do príncipe recém-chegado a cidade, só que agora pelo ponto de vista de Tiana, a princesa que acredita que os sonhos se realizam naquela cidade onde ela teve que virar sapo, levar o crocodilo para ameaçar os corretores para conseguir seu restaurante. Todos os bonzinhos se dão bem no final dos contos de fadas, isso fica explícito no texto de Azevedo e Silva:
“Como todo conto de fadas também passa uma mensagem: o príncipe — aprende que o dinheiro não é a coisa mais importante para a vida do homem, e que o amor e o carinho de seus amigos e da mulher que se apaixonou valem muito mais; Tiana — percebe o quanto é especial e que tem capacidades para além do que imaginava; Dr. Facilier — morre na reafirmação recorrente dos contos de fada da Disney de que o fim de tudo que é mal é morrer, a morte como um castigo. O fim da animação não traz nenhum argumento inédito, eles se casam e vivem felizes para sempre. Esse “eles” enquadrando apenas o núcleo dos mocinhos, claro!” (AZEVEDO e SILVA, 2014)
O segundo número musical desta animação, “Estou quase lá”, explora o conceito da meritocracia, reafirma a necessidade de excelência que o negro deve atingir para conseguir ser aceito na sociedade. Sabendo-se que a maior parcela da população de Nova Orleans nos EUA é negra, como informa a jornalista Renata Saldanha em matéria para a Folha em 2015:
A população de Nova Orleans ainda é majoritariamente negra, mas os negros caíram de 67% dos habitantes, antes do Katrina, para 60% hoje. A renda das famílias negras é metade da renda das famílias brancas, e a classe média e alta negra da cidade encolheu. (SALDANHA, 2015)
A protagonista afirma na canção que a cidade faz as pessoas se “acomodarem”, como se negros fossem acomodados, preguiçosos, reproduzindo e deixando subentendido uma construção cultural racista, que vem desde o período da escravatura, até os dias de hoje. Outras problemáticas desse número são colocadas muito bem por Azevedo e Silva neste fragmento do texto:
“Quando Tiana finalmente consegue todo o dinheiro para dar entrada na compra do galpão que almeja, tem seu primeiro momento musical na animação, que será a materializado numa idealização do seu sucesso a frente do restaurante. Nesse sonho ela está usando um vestido de branco, modelo dos anos 20, com seus cabelos lisos num corte chanel; o que nos permite associar sucesso a embranquecimento. As roupas mudam, os traços mudam, quanto mais próximo do sucesso mais próxima da branquitude ela será apresentada pela animação, numa reafirmação dos valores eurocêntricos.” (AZEVEDO e SILVA, 2014)
O terceiro ato musical do filme, “Tenho amigos lá do outro lado”, continua afirmando uma visão deturpada do vodu: o Homem Sombra, que foi citado acima, está convencendo o servo e o príncipe a fazerem um acordo com ele com transparência, pois tem a audiência dos outros dois personagens, e energia, pois está extremamente exaltado por conseguir firmar o acordo.
O próximo número musical é “Quando formos humanos”, logo após os sapos conhecerem e convencerem um crocodilo, chamado Louis, a mostrar o caminho até Mama Odie (outro personagem que vamos falar mais para frente). Esse crocodilo quer ser humano para tocar jazz, outro típico estereótipo negro mencionado no livro de Rodrigues, o “crioulo doido”:
Louis
“Na Commedia dell’Arte, o Arlequim é um personagem endiabrado, que faz trapalhadas e confusões. Uma espécie de perverso polimorfo, princípio freudiano da sensualidade infantil sem direção. É parente do bobo da corte, que podia dizer impunemente aos reis e imperadores, de um modo gozado, as verdades interditas aos outros súditos. No picadeiro dos circos, transformou-se no palhaço colorido ou Excêntrico, de nariz vermelho e sapatos descomunais (em oposição ao palhaço branco ou Clown, aristocrático de chapéu de cone, originário do Pierrô). Nos vaudevilles, essas funções histriônicas foram transferidas para os criados. Para que no Brasil esse arquétipo fosse desempenhado por negros, foi apenas um pulo.” (RODRIGUES, 2011, p.42)
Quando formos humanos
Geralmente o crioulo doido tem uma dupla, que vai ser apresentado na cena seguinte: Ray é um vagalume apaixonado por uma estrela, outro crioulo doido, que vem com outro número de musical, “Vamos levar vocês”, ambos trazem características de comunidade onde todos cantam e se divertem. Transparência e abundância também estão presentes nestes números que são um dos poucos que vão exaltar a filosofia africana de equidade Ubuntu!: “Juntos somos mais fortes, juntos chegaremos lá, em harmonia”. Esse grupo segue ao encontro de uma solução para o problema deles, e Ray é o guia deles até Mama Odie.
Vamos levar vocês
Mama Odie
Mama Odie é uma feiticeira que vai ajudar os personagens a quebrar o feitiço e fazer o Louis realizar seu sonho de tocar com os humanos. É a típica “preta velha”, já explicitada acima, que vai tentar através de outro número musical de dança, “Cavando mais fundo”, explicar aos personagens para não darem importância às coisas materiais e sim acreditarem neles mesmos. Número de comunidade, tem transparência (apesar dos personagens sapos e o crocodilo não entenderem a mensagem), tem intensidade e energia,e todos participam falando a verdade, é um número berkeleyano (e/ou berkeleyesco, referência a Busby Berkeley) que tem planos zenitais que formam padrões, num número que exalta a filosofia africana.
Cavando mais fundo
No final tem outro número que é a mesma música do início cantada pelo ponto de vista do príncipe recém-chegado a cidade, só que agora pelo ponto de vista de Tiana, a princesa que acredita que os sonhos se realizam naquela cidade onde ela teve que virar sapo, levar o crocodilo para ameaçar os corretores para conseguir seu restaurante. Todos os bonzinhos se dão bem no final dos contos de fadas, isso fica explícito no texto de Azevedo e Silva:
“Como todo conto de fadas também passa uma mensagem: o príncipe — aprende que o dinheiro não é a coisa mais importante para a vida do homem, e que o amor e o carinho de seus amigos e da mulher que se apaixonou valem muito mais; Tiana — percebe o quanto é especial e que tem capacidades para além do que imaginava; Dr. Facilier — morre na reafirmação recorrente dos contos de fada da Disney de que o fim de tudo que é mal é morrer, a morte como um castigo. O fim da animação não traz nenhum argumento inédito, eles se casam e vivem felizes para sempre. Esse “eles” enquadrando apenas o núcleo dos mocinhos, claro!” (AZEVEDO e SILVA, 2014)
A Princesa e o sapo
Referências bibliográficas:
AZEVEDO, Amailton Magno; SILVA, Sheila Alice Gomes. ““Era Uma Vez…”: O Negro No Imaginário Encantado.” Sankofa, vol. 7, n. 14, São Paulo, 2014, p. 8–22.
RODRIGUES, João Carlos. O negro brasileiro e o cinema. Rio de Janeiro: Pallas Editora, 2011.
DYER, Richard. “Entertainment and Utopia” In: Hollywood Musicals, The Film Reader. London: Routledge, 2002. (Traduções: Thereza Levenhagen).
SANTANA, Rebecca. “Dez anos depois do Katrina, Nova Orleans é mais branca e mais cara”. 25 de agosto de 2015. Acessado em: 02 de agosto de 2016.
Referências bibliográficas:
AZEVEDO, Amailton Magno; SILVA, Sheila Alice Gomes. ““Era Uma Vez…”: O Negro No Imaginário Encantado.” Sankofa, vol. 7, n. 14, São Paulo, 2014, p. 8–22.
RODRIGUES, João Carlos. O negro brasileiro e o cinema. Rio de Janeiro: Pallas Editora, 2011.
DYER, Richard. “Entertainment and Utopia” In: Hollywood Musicals, The Film Reader. London: Routledge, 2002. (Traduções: Thereza Levenhagen).
SANTANA, Rebecca. “Dez anos depois do Katrina, Nova Orleans é mais branca e mais cara”. 25 de agosto de 2015. Acessado em: 02 de agosto de 2016.
Texto > https://goo.gl/yULqJa
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